26 dezembro 2010
SE AO MENOS CANTASSE...
Ontem, ao assistir à habitual homilia de Natal do primeiro-ministro – assistir é uma força de expressão que eu não consigo ouvir mais do que as primeiras frases do homem sem me irritar –, lembrei-me dos ratos que cantam. A história, contava-a o JN de quarta-feira, relata o achado de uma equipa de investigadores da universidade de Osaka que, ao que parece inadvertidamente, criou uma série de ratos que, em vez de emitirem aquela chiadeira própria da sua condição, desataram a emitir sonoros chilreios de fazer corar de inveja as mais pintadas das aves canoras. E foi aqui que me lembrei dos ratos cantores: se os cientistas japoneses pudessem fazer alguma coisa à voz incomodativa daquele personagem. Não digo pô-lo a cantar mas, pelo menos, afinar-lhe as cordas vocais - e, já agora, o discurso - de modo a ser menos tormentoso ouvi-lo. E o tratamento podia ainda trazer-lhe outros benefícios: o estudo permitiu apurar que os roedores, além de ficarem com melhor voz, também modificaram algumas das suas características físicas como a cauda que ficou mais fina. Se pensarmos no apêndice nasal do homem fácil será ver os benefícios que daí podia tirar.
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