08 fevereiro 2011

E FAZEM MESMO FALTA?

No manuseio do comando da televisão não fico nada atrás de um qualquer adolescente a escrever mensagens no telemóvel. Não que tenha especial destreza nos polegares mas o facto de ter apenas dois ou três canais, a que dedico algum interesse, permite-me lá chegar de olhos fechados. Não quero com isto dizer que num momento de maior pachorra não passeie pelas restantes teclas. Com um pouco de sorte encontram-se coisas extraordinárias. Há uns dias, no Porto Canal, penso que numa mesa redonda – estes passeios nunca dão para a gente se deter mais do que breves momentos em cada capelinha – às tantas arrazoa um dos intervenientes: Aliás, é até perigoso colocar o problema dessa maneira (o problema a que se referia era a diminuição do número de deputados na Assembleia da República), a opinião pública - continuava a discorrer a criatura -, podia, até, pensar que os deputados não estavam lá a fazer nada.
No início da semana a imprensa dava conta de um estudo que concluía que umas boas gargalhadas prolongam a vida. Depois de ouvir um dos “bons nabos do hemiciclo” discorrer sobre o número de deputados – e a nobreza com que o fez – as gargalhadas que dei asseguram-me, pelo menos, mais três quartos de hora de vida.

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