30 dezembro 2007

FAÇA FIGA E PEÇA GRAÇA


Este está-se esvaindo. Lembro-me agora que há um ano dizia que o próximo é que seria! Humildemente, reconheço-o, enganei-me. Na realidade estava a referir-me ao que está a chegar. Sim, estava referir-me a 2008. Este é que vai ser. Para mim, para a Maria e para o João. Para Viana, para a Bahia e para o Japão. Entretanto uma taça e um abraço.

29 dezembro 2007

PARECIA COISA SONHADA

Neste ano, o défice orçamental ficará abaixo dos 3% o que significa que as contas públicas estão finalmente controladas e que vencemos a crise orçamental dos últimos anos. […] Este ano Portugal saiu também da lista dos países de alto risco na segurança social. […] Temos este ano mais alunos no ensino secundário. Temos mais 17% de alunos no ensino superior. E temos, finalmente, 360.000 portugueses que estando a trabalhar ou à procura de emprego decidiram inscrever-se no programa Novas Oportunidades para melhorarem as suas qualificações. […] a nossa economia já está a criar mais empregos do que aqueles que se perdem. Segundo os dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística, nestes últimos dois anos e meio a economia criou em termos líquidos 106.000 novos empregos. […] este ano Portugal viu reforçado também o seu prestígio internacional. A Presidência Portuguesa da União Europeia foi uma das presidências mais bem sucedidas dos últimos anos. O Tratado da União Europeia chama-se agora Tratado de Lisboa […] fizemos também a Cimeira com o Brasil e a Cimeira com África o que ficará como um contributo português para o enriquecimento da política externa europeia. […] E terminámos a nossa presidência celebrando o melhor da Europa: abolindo as fronteiras internas a leste em nove Estados membros. […] este ano lançámos pela primeira vez políticas de apoio aos jovens casais e à natalidade. As mulheres grávidas passaram a ter direito a um abono pré-natal desde o terceiro mês e as famílias verão duplicado o abono de família para o segundo filho e triplicado para o terceiro filho.[…] A todos os portugueses quero desejar Feliz Natal e Feliz Ano Novo. Boas Festas.

Quando, na última Terça-feira, ouvi o primeiro-ministro na habitual mensagem ao país por alturas do Natal, lembrei-me, vá saber-se porquê, de Fausto, mais propriamente de “A guerra é a guerra” do inolvidável “Por este rio acima” :


...
Diz-nos adeus o pirata
O labrego
De cima daquele mastro
Trocista e airoso
Mostrando o traseiro cafre
Preto escuro de um negro
Levando-nos coiro e tesouro
Rindo de gozo
...

Fausto, A guerra é a guerra (extracto)

23 dezembro 2007

FELIZ NATAL... mesmo que chova!


Chove. É dia de Natal

Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que anda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e o Natal não.

Deixo sentir a quem a quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa

02 dezembro 2007

DIVINAS PROPORÇÕES

O arquitecto Phídeas usou-o profusamente na sua obra. O mundo, talvez em reconhecimento, decidiu que para todo o sempre o número de ouro, um número irracional de propriedades misteriosas, seria representado pela inicial do seu nome: phi.
Um século antes dele, uma seita, também ela enigmática, a escola pitagórica, tinha descoberto esse número extraordinário. A escola era representada por uma estrela de cinco pontas, o pentagrama, construído a partir de um pentágono regular no qual são traçadas as suas cinco diagonais. Tomando uma qualquer, por exemplo a diagonal [BV] da figura, verifica-se que ao ser intersectada pela diagonal consecutiva, fica dividida em dois segmentos, [BE] e [EV] com invulgares propriedades. Com efeito, o ponto E está situado num local tal que a razão entre a diagonal [BV] e a parte maior [EV] é igual à razão entre a parte maior [EV] e a parte menor [BE]. Estava descoberta a Divina Proporção, a constante matemática da harmonia universal, 1,618 com três casas decimais. A razão entre o comprimento e a largura de um vulgar cartão de crédito ou da fachada do edifício sede das Nações Unidas em Nova Iorque de Le Corbusier, é o número de ouro.
Há uns dias, quase vinte e cinco séculos depois de Phídeas, cientistas da Universidade de Cambridge, presume-se que após aturados estudos científicos, conseguiram determinar o índice do corpo harmonioso que definiria a mulher ideal. Aplicaram-no a várias mulheres e chegaram à definitiva conclusão: a mulher ideal, a dona do corpo completamente harmonioso, era Jessica Alba.
Desconheço quais as variáveis consideradas pelos cientistas mas, convenhamos, até Phídeas concordaria com a escolha.