Uma improvável dupla de sábios da Universidade John Hopkins, encorajada, talvez, pelos samoanos e os toquelauenses, soube-se por estes dias, propõem-se acabar não com um dia como os ilhéus mas com o calendário inteiro. Com efeito, um astrofísico e um economista, considerando que o nosso gregoriano calendário está velho e ultrapassado, lançaram uma campanha para a adoção de um novo calendário com uma nova forma de organizar os dias, fixando datas e permitindo que os feriados, como o Natal e o Dia de Ano Novo, possam calhar sempre a um domingo, todos os anos. Ao que consta continuaria a haver doze meses em cada ano que seria ainda dividido em quatro trimestres iguais de noventa e um dias, acabando a divisão entre anos comuns e anos bissextos. Para se recuperar os dias perdidos com esta contagem a dupla tirou da cartola uma ideia genial só ao alcance dos predestinados: a cada cinco ou seis anos haveria uma semana adicional. Ao novo calendário fixo, que prevê apenas um dia semanal de descanso, são apontadas vantagens laborais e produtivas, além de outros benefícios económicos, como o planeamento estável de férias, salários e calendários escolares e a simplificação de cálculos financeiros.
Ao ler a notícia dos sábios que querem mudar o calendário, lembrei-me da minha avó. A minha avó, que por razões que não interessam ao caso, tinha um carinho especial pelo S. Miguel não perdoaria a quem a privasse do convívio com o santo. A minha avó já morreu há muitos anos, mas lá, onde quer que se encontre, estará, certamente, de atalaia e não permitirá que uma dupla que decidiu esbanjar o dinheiro do empregador com a ideia estapafúrdia de um novo calendário, lhe roube o 29 de Setembro.
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