Tensing Gyatso, o décimo quarto Dalai Lama, é o líder espiritual dos tibetanos. Obrigado a fugir do seu país em 1959, refugia-se na cidade indiana de Dharamsala, no sopé dos Himalaias, onde, até hoje, como líder do governo tibetano no exílio, tem conduzido a luta pela libertação do seu país. Pelo reconhecimento desse combate o Comité Nobel decidiu, em 1989, atribuir-lhe o prémio Nobel da Paz.
O Dalai Lama é a reencarnação de Buda na Terra, segundo a tradição tibetana. Ainda não há muito tempo a insuspeita Der Spiegel dizia que o líder espiritual dos tibetanos era mais popular que o Papa Bento XVI. O governo chinês sabe disso e sabe também a mossa que essa popularidade pode causar nos seus propósitos de anexação do Tibete – veja-se a pressão imensa que o império do meio exerce sobre qualquer governo para que o não receba, pelo menos a nível oficial –, de modo que, para limitar a sua influência, fez aprovar um decreto que só não é hilariante porque é perturbador: O chamado "Buda vivente" reencarnado é ilegal e inválido sem a aprovação governamental. Este decreto, ao melhor estilo das trevas medievais da Santa Inquisição, entrará em vigor no próximo dia 1 de Setembro.
E assim, um país que exige, já, tratamento de super potência e que organizará no próximo ano os Jogo Olímpicos na sua capital, não se coíbe de cercear a todo um povo o inalienável direito à sua espiritualidade. Todos estamos lembrados que por muito menos os jogos olímpicos de Moscovo foram boicotados em 1984 e 4 anos depois o mesmo aconteceria em Los Ângeles. Se os tiver no sítio, o mundo saberá fazer ver à China que não aprova todas as selvajarias que, impunemente, tem feito, dentro e fora das suas fronteiras.
Esperarei para ver!
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