21 março 2008

EDUCAÇÃO HOJE

Sinal dos tempos, ontem, as televisões, abriram os noticiários do horário nobre com um filme de telemóvel. Pelo décor apercebemo-nos que tudo se passava numa sala de aula de uma qualquer escola do país. A filmagem, feita por um dos alunos da turma, mostrava uma encolerizada aluna do 9.º ano gritando para a professora e arrastando-a pela sala, enquanto esta tentava chegar à porta para, naturalmente, pedir ajuda. As imagens eram degradantes, mas o que mais me horrorizou foi não ver aparecerem os restantes alunos da turma para porem cobro àquele espectáculo aviltante, antes proferindo frases de regozijo e aprovação pelo que se passava.
Há uns anos, numa conferência sobre o poder da televisão – ou mesa-redonda, não me recordo já – alguém proferiu esta frase visionária: “Se a televisão não mostrou o incêndio na floresta, será que ela realmente ardeu?”. Talvez o Senhor Rangel não veja telejornais. Nem sempre perderá grande coisa – não raras vezes, azucrinam-nos os ouvidos com as novas mais imbecis – mas ontem teria assistido à prova mais eloquente de que pouco entenderá daquilo que o rodeia. Cristalizou e não descobriu, ainda, que os alunos que se sentam hoje nos bancos da escola pouco têm a ver com aqueles que conheceu quando por lá passou. Continua a falar da aula que frequentou há quarenta anos. E essa é a nossa desgraça. Tal como o Senhor Rangel, quem hoje decide fá-lo tendo como horizonte, tão só, a “sua” sala de aula.

2 comentários:

ferrreira disse...

Estas são as notícias que fazem felizes os responsàveis pela informação das televisões. Nem precisam de recorrer ao próximo treinador do "glorioso" para captar audiência...
Estas são também as notícias que nos fazem a nós todos (ou quase...)infelizes. É que nestes casos não culpem também os professores ( esses patifes !). É que isto, meus amigos, é claramente falta dos trabalhos de casa !! Este comportamento só se deve à falta de educação e de respeito, e essas disciplinas têm que ser ministradas pelos pais !!
Não sou professor ( uufff!!!) mas tenho por eles grande admiração; não é fácil nos dias de hoje onde os alunos são os donos da razão, e superprotegidos pelos pais, exercer tão nobre profissão.
Valha ao menos o facto de haver uma Ministra que os entende...

Tozé Franco disse...

Espero para ver qual o castifo aplicado. Enquanto os pais tam´bém não forem responsabilzados pels atitudes dos filhos, nada feito.
Eu começava por algo de muito simples: qaundo em resultado de uma agressão ou brincadeira estúpida um colega tivesse de recebr tratamento hospitalar, a conta deveria ser enviada para os pais do culpado. A ver se os pais não começavam a importar-se mais com os seus rebentos.
Um abraço.