
Entrevista de Simon Sebag Montefiore ao semanário Sol, 26.Nov.2006
Ióssif Vissariónovitch Djugashvili ou, mais prosaicamente, José Estaline, nasceu na cidade Georgiana de Gori, faz hoje precisamente 128 anos. O mundo, viria a sabê-lo mais tarde, passaria bem sem ele, mas na realidade não teve essa sorte.
O pequeno Ióssif, filho de trabalhadores com poucos recursos, teve uma infância difícil. Chegou a frequentar um seminário na capital da Geórgia, Tbilisi, satisfazendo os anseios da mãe, mas cedo se começou a envolver em actividades subversivas, contestando o regime czarista. Estas acções revolucionárias levá-lo-iam à prisão. Uma vez em liberdade aliar-se-ia a Vladímir Ilitch Uliânov, Lenine, ajudando a arquitectar a Revolução Russa de 1917. A sua ascensão dentro do partido foi meteórica. A astúcia de Estaline, que lhe permitiria manter-se no poder até ao dia da sua morte, começava aí a revelar-se.
Antes da Revolução dirigiu o Pravada, jornal oficial do Partido e, em 1922, é eleito Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética. Dois anos depois, após a morte de Lenine, ascende à chefia do governo Russo, cargo que desempenharia com mão de ferro e sem piedade até ao fim dos seus dias, a 5 de Março de 1953.
Neste quarto de século terá feito da Rússia uma super potência mas à custa de muito sofrimento, muitos crimes e muitas mortes. Tantas que os historiadores não conseguem, sequer, pôr-se de acordo. Num recente documento do Conselho da Europa, que visa perpetuar a lembrança de todos os crimes contra a humanidade pode ler-se: "Convém não esquecer os crimes do estalinismo, cujas vítimas estão estimadas em 100 milhões de mortos. O regime estalinista recorria a todas as formas de execução de civis: utilizava o gás ou o veneno, ou então fazia o necessário para que as vítimas morressem de fome. Centenas de milhar de pessoas foram expulsas para os confins da Rússia e povoações de todas as nações foram deslocadas. Nas prisões e gulags, milhares de prisioneiros políticos foram vítimas de uma feroz repressão".
Podem começar a levantar-se vozes que tentem reabilitar o nome deste déspota sanguinário, pode até aparecer um ou outro que nos lembre os afazeres domésticos do ditador, que nada nem ninguém conseguirá calar o murmúrio ensurdecedor dos milhões de inocentes que pereceram às suas mãos.
PS. fui "coagido" pelo Pedro Nelito a escrever este post, que, diga-se em abono da verdade, nasceu de um mal entendido. Uma completíssima lista de algozes pode ser consultada aqui.
5 comentários:
Carlos,
Veja só como são as coisas. De um mal-entendido, nasce um post para não ser esquecido, é para não esquecer que "eles" esfolam, empalam,matam... São os ditadores, não são eternos, e a história se encarrega de desnudá-los...
Estaline, viveu e morreu quem nunca deveria ter nascido.
Parabéns,
Pedro
Para mim os ditadores são sempre ditadores, sejam de esquerda ou de direita. Infelizmente para algumas pessoas isto é muito relativo.
Um abraço.
Viva!
Infelizmente destes homens reza a História. Mas felizmente a História mostra-nos quem foram estes homens (todos os ditadores: os mortos e os ...vivos)
Um Santo Natal
Caro Carlos Ponte: Boas Festas, Santo Natal e Próspero Ano Novo, são os meus sinceros votos.
Isto de distracções, às vezes parecem o diabo à solta. Acabei de escrever um comentário no blog do Pedro Nelito e nele chamo-lhe a si, Carlos Neves. O nosso amigo Manuel Neves deve estar por aí a ver a jogada...
Peço-lhe desculpa, caro amigo Carlos Pontes.
Este post tem o mérito de lembrar que os ditadores existem e que é preciso não os deixar proliferar.
Ainda hoje, eles andam por aí!...
Um BOM NATAL
António
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