18 dezembro 2006

JOSÉ ESTALINE: NÃO NOS ESQUECEREMOS!

…Estaline […] levanta-se, beija a namorada na face, canta uma canção, ajuda a filha a fazer os trabalhos de casa e depois manda matar 40 mil pessoas…

Entrevista de Simon Sebag Montefiore ao semanário Sol, 26.Nov.2006


Ióssif Vissariónovitch Djugashvili ou, mais prosaicamente, José Estaline, nasceu na cidade Georgiana de Gori, faz hoje precisamente 128 anos. O mundo, viria a sabê-lo mais tarde, passaria bem sem ele, mas na realidade não teve essa sorte.
O pequeno Ióssif, filho de trabalhadores com poucos recursos, teve uma infância difícil. Chegou a frequentar um seminário na capital da Geórgia, Tbilisi, satisfazendo os anseios da mãe, mas cedo se começou a envolver em actividades subversivas, contestando o regime czarista. Estas acções revolucionárias levá-lo-iam à prisão. Uma vez em liberdade aliar-se-ia a Vladímir Ilitch Uliânov, Lenine, ajudando a arquitectar a Revolução Russa de 1917. A sua ascensão dentro do partido foi meteórica. A astúcia de Estaline, que lhe permitiria manter-se no poder até ao dia da sua morte, começava aí a revelar-se.
Antes da Revolução dirigiu o Pravada, jornal oficial do Partido e, em 1922, é eleito Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética. Dois anos depois, após a morte de Lenine, ascende à chefia do governo Russo, cargo que desempenharia com mão de ferro e sem piedade até ao fim dos seus dias, a 5 de Março de 1953.
Neste quarto de século terá feito da Rússia uma super potência mas à custa de muito sofrimento, muitos crimes e muitas mortes. Tantas que os historiadores não conseguem, sequer, pôr-se de acordo. Num recente documento do Conselho da Europa, que visa perpetuar a lembrança de todos os crimes contra a humanidade pode ler-se: "Convém não esquecer os crimes do estalinismo, cujas vítimas estão estimadas em 100 milhões de mortos. O regime estalinista recorria a todas as formas de execução de civis: utilizava o gás ou o veneno, ou então fazia o necessário para que as vítimas morressem de fome. Centenas de milhar de pessoas foram expulsas para os confins da Rússia e povoações de todas as nações foram deslocadas. Nas prisões e gulags, milhares de prisioneiros políticos foram vítimas de uma feroz repressão".
Podem começar a levantar-se vozes que tentem reabilitar o nome deste déspota sanguinário, pode até aparecer um ou outro que nos lembre os afazeres domésticos do ditador, que nada nem ninguém conseguirá calar o murmúrio ensurdecedor dos milhões de inocentes que pereceram às suas mãos.

PS. fui "coagido" pelo Pedro Nelito a escrever este post, que, diga-se em abono da verdade, nasceu de um mal entendido. Uma completíssima lista de algozes pode ser consultada aqui.

5 comentários:

Citadino Kane disse...

Carlos,
Veja só como são as coisas. De um mal-entendido, nasce um post para não ser esquecido, é para não esquecer que "eles" esfolam, empalam,matam... São os ditadores, não são eternos, e a história se encarrega de desnudá-los...
Estaline, viveu e morreu quem nunca deveria ter nascido.
Parabéns,
Pedro

Tozé Franco disse...

Para mim os ditadores são sempre ditadores, sejam de esquerda ou de direita. Infelizmente para algumas pessoas isto é muito relativo.
Um abraço.

ManuelNeves disse...

Viva!
Infelizmente destes homens reza a História. Mas felizmente a História mostra-nos quem foram estes homens (todos os ditadores: os mortos e os ...vivos)

Um Santo Natal

Anónimo disse...

Caro Carlos Ponte: Boas Festas, Santo Natal e Próspero Ano Novo, são os meus sinceros votos.

a d´almeida nunes disse...

Isto de distracções, às vezes parecem o diabo à solta. Acabei de escrever um comentário no blog do Pedro Nelito e nele chamo-lhe a si, Carlos Neves. O nosso amigo Manuel Neves deve estar por aí a ver a jogada...
Peço-lhe desculpa, caro amigo Carlos Pontes.
Este post tem o mérito de lembrar que os ditadores existem e que é preciso não os deixar proliferar.
Ainda hoje, eles andam por aí!...
Um BOM NATAL
António