27 dezembro 2006

SABEDORIA DE CASERNA

Hoje, num dos telejornais da hora do almoço, ouvi uma afirmação extraordinária. Extraordinária por duas razões: em primeiro lugar porque foi proferida por um elemento – graduado, suponho – da GNR e em segundo porque passados todas estas décadas e todos estes milhares de mortos e centenas de milhar de estropiados lá concluíram que a culpa das mortes na estrada era da má educação dos automobilistas. Mas, note-se que esta opinião é apenas daquele militar, o governo continua a dizer que os portugueses – e as portuguesas, como eles gostam de dizer, especialmente quando querem pedir algo, por exemplo, um voto – são pessoas educadas, sensatas, inteligentes, ajuizadas, enfim um chorrilho de imbecilidades que qualquer mortal sabe que soam a falso. Deixem-se disso senhores governantes, “ataquem” já as criancinhas desde o pré-escolar se não vamos continuar a ter gerações de cretinos ao volante. E agora já não temos a desculpa das estradas más e do parque automóvel envelhecido. Ambos estão ao nível do que existe no primeiro mundo. A senhora ministra da educação que, de repente, emudeceu, que se deixe de trapalhadas e que olhe para a situação desastrosa do primeiro ciclo, que é, não tenhamos dúvidas disso, a etapa mais importante da escolaridade do indivíduo. Mas por favor, rodeie-se de pessoas que saibam o que deve ser feito.

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