
No dia seguinte uma reunião em Coimbra de um ministro com professores socialistas. À primeira vista pensar-se-ia que a assistência era, por assim dizer, "alinhada". As televisões deram-nos uns segundos do conclave. Enquanto o ministro tentava convencer as hostes a câmara mostrou a assistência. De semblantes fechados, não conseguiam, nem para a câmara, disfarçar o que lhes ia na alma. No final um dos jornalistas colheu a opinião de um dos participantes. Apesar do cartão e da proximidade do ministro, o homem, com indisfarçável irritação, lá foi dizendo que o ministério teria de recuar sob pena de “perdermos” muitos votos. Enquanto tivermos professores que acham que se deve recuar, não pelo interesse do ensino mas para não perder votos nas próximas eleições, parafraseando Millôr Fernandes, continuaremos fodidos!
Ontem no P’rós e Contras, o secretário Pedreira, quando questionado sobre as razões pelas quais o ministério não ouve os cento e vinte mil professores que lhes têm assoprado aos ouvidos e não deixa de imediato cair este famigerado modelo para começar a trabalhar noutro ainda a tempo de ser implementado neste ano lectivo, candidamente, respondeu: “Estamos quase em Dezembro. Agora é já tarde para mudar”. O secretário não disse que este modelo era para avançar porque era o ideal para o nosso sistema de ensino. Não. O que ele disse foi que não se podia já suspender porque agora era tarde demais. Enquanto tivermos políticos que andam durante meses a fazer orelhas moucas àquilo que todos lhe querem dizer para, no fim, dizerem que agora é tarde, parafraseando Millôr Fernandes, continuaremos fodidos!
1 comentário:
Ou seja, parafraseando o Zé Povinho, apesar de ele não ser ser lá muito dado às letras, que lhe falta tempo para ganhar a vidita que vai conseguindo levar,
Estamos mesmo fodidos!
Esses três ponto e vírgula que compõem este post são demasiado confrangedores para se poder ouvir e calar!...
Um abraço, amigo Carlos Pontes
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