O governo continua a porfiar no meritório objectivo de colocar a internet ao serviço da simplificação da vida dos cidadãos e do emagrecimento do estado – das contas do estado, entenda-se –, isto é, continua a cruzada pela implementação do simplex. Pena que nem sempre as infra-estruturas estejam preparadas para tão louváveis propósitos. A recente novela da compra do selo do carro, trouxe-me à memória uma célebre frase publicitária com que nos anos 30 do século passado a APT (Anglo-Portuguese Telephone), antepassada dos TLP/CTT e PT, tentou convencer os portugueses a instalarem telefone: NÃO VÁ, TELEFONE! A campanha, mau grado os óptimos métodos publicitários utilizados, não terá surtido o efeito que os seus responsáveis esperariam: além de outros factores, as condições económicas do país não ajudavam. Algumas décadas mais tarde, por alturas da primavera marcelista, quando as taxas de crescimento económico começaram a ter alguma visibilidade, os telefones começaram, finalmente, a ser instalados. Tal era a procura que os problemas de saturação e, consequentemente, de falhas de comunicação, começaram a atormentar a vida dos utilizadores. Daí até à chegada da frase: NÃO TELEFONE, VÁ! foi um ápice.
Senhor primeiro-ministro, para que não nos voltemos a lembrar desta famigerada frase, não seria de alargar as auto-estradas da informação para que não se congestionem sempre que há um aumento de tráfego?
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