08 julho 2006

PROFESSORES DE FRANCÊS

Semanalmente, de segunda à sexta, José Coimbra e Carla Rocha, ajudam, estou certo disso, uma quantidade enorme de portugueses a começar alegremente o seu dia. Apresentam o “café da manhã” na RFM e distribuem alegria, inteligência e boa disposição por todos aqueles que os sintonizam. Ontem promoveram um concurso em que ofereciam uma viagem a Estugarda para assistir ao jogo entre Portugal e Alemanha para atribuição do 3.º lugar do campeonato do Mundo de Futebol, ao concorrente que acertasse numa determinada pergunta, geralmente relacionada com o dito. Chegada a vez do 2.º participante – a comunicação era feita por telefone –, depois dos cumprimentos iniciais, o José Coimbra, antes de fazer a pergunta, fez um comentário acerca do recente Portugal – França, perguntando, de seguida, ao concorrente: “Está triste, não? Foi uma pena aquilo que nos aconteceu!”, ao que o concorrente respondeu: “Bom, nem por isso. Sabe eu naquele jogo estava dividido”. “Sim, mas é português!”. “Sim, sou, mas sabe, sou professor de Francês e naquele caso estava realmente dividido”. O José Coimbra costuma ter as respostas apropriadas na ponta da língua. Notou-se pela inflexão da sua voz que as declarações daquele concorrente o apanharam desprevenido, a ponto de não conseguir reagir apropriadamente, caso contrário ter-lhe-ia dito que o regulamento daquele concurso proibia que portugueses divididos nele participassem. Sorte a de todos nós que o concorrente errou a pergunta e, desse modo, o simpático radialista livrou-se daquela nefasta companhia para a viagem até Estugarda. Ouvindo isto veio-me à memória uma conversa que em tempos tive com um amigo meu. A certo ponto dizia-me ale: “Sabes, o meu filho disse-me que a professora de Francês passa a vida a maltratar tudo que é português e a glorificar tudo que é Francês. Diz ela que somos uns ignorantes, uns mesquinhos e uns atrasados e só não vai definitivamente para a França porque a família não a acompanha, caso contrário não ficaria cá nem mais um dia”. Na altura, embora não o tenha feito sentir ao meu amigo, achei um pouco exagerado tudo aquilo – os miúdos efabulam com demasiada regularidade – mas agora depois de ouvir o senhor professor dividido, questiono-me: será que há muitos professores de Francês a prestarem assim este péssimo serviço ao país?
Senhor professor, há ocasiões em que as circunstâncias não permitem que sejamos neutros. Esta, seguramente, era uma delas.
Senhora professora, permita-me que lhe lembre que uma das mais nobres funções de um professor é incutir no espírito dos seus alunos o sentimento do amor à Pátria. À Pátria deles, entenda-se. O país somos nós todos, se vai mal está na nossa mão mudá-lo!

1 comentário:

Anónimo disse...

Serápor isso que o espanhol está na moda?