Alguém disse um dia, a propósito do mais ou menos próximo esgotamento dos combustíveis fósseis, que a humanidade tinha já passado por situações semelhantes e tinha-se saído airosamente, isto é, o homem tinha já conseguido “evoluir” da lenha para o carvão e deste para o petróleo, fazendo-o harmoniosamente, daí se concluindo que o conseguirá fazer agora para a próxima forma de energia – seja ela qual for –, que há-de substituir o petróleo. Tenho uma enorme confiança nas capacidades da humanidade para se adaptar a novas formas de vida, e comungo da opinião que na altura certa saberemos mudar de rumo, mas reconheço que a cada dia que passa, nos tornámos todos um pouquinho mais cépticos. Oxalá a teoria que aqui estou a citar esteja correcta, já que as premissas não são rigorosamente as mesmas, com efeito, até aqui, sempre que se optou por uma nova forma de energia, a anterior não estava, como agora, em perigo de se esgotar.
Hoje comemora-se o Dia Nacional da Energia. Se não houver outra utilidade para este dia, pelo menos que sirva para reflectirmos sobre a energia, pelo menos aquela que é gasta indevidamente. Mas quando digo reflectirmos, estou a referir-me a todos, até à petrolífera GALP. Embora esteja no mercado para ganhar dinheiro, a GALP, deve assumir uma atitude, senão pedagógica, pelo menos não deseducativa. Vem isto a propósito de um anúncio radiofónico da referida empresa que anuncia a oferta de um “cromo” por uma certa quantidade de combustível adquirido. Até aqui tudo bem mas ridículo vem a seguir. No anúncio um diz: “- Eu todos os dias depois do emprego vou a Bragança só para atestar mais vezes”, o outro não se fica: “-Pois eu vou tantas vezes à bomba que até convidei o empregado para uma festa de aniversário”. Enfim, digamos que a GALP anda com falta de ideias…
A Tabaqueira tem que informar os seus clientes que FUMAR MATA, a GALP devia ensinar aos seus que desperdiçar energia hipoteca o futuro de todos!
2 comentários:
Carlos
Desde criança quando aprendi o que era a eletrólise penso em fontes alternativas para substiruir o petróleo. Não sei se está sabendo, mas o Brasil é auto-suficiente na produção de petróleo.
O que adianta a auto-suficiencia se isso não beneficiar o consumidor? O presidente da Petrobrás disse que mesmo com a auto-suficiência, não haverá redução dos preços dos combustíveis no mercado interno.
Parece brincadeira!
Um abraço
Marco Aurélio
E verdade...Excelente texto.
Enviar um comentário