A Europa é, desde há mais de vinte séculos, o farol do mundo. Perdoem-me aqueles que dizem que essa função se deslocou, definitivamente, para outras paragens. Contraponho que duas gerações de liderança, não são tempo suficiente para que se tirem conclusões definitivas sobre tão importante matéria.
Vinte séculos depois a Europa tem ainda vitalidade suficiente para nos surpreender. Para surpreender o mundo, diria. Ninguém mais no mundo está preparado para se unir como fizeram, há cinquenta anos, seis países da Europa que depois passaram a nove e depois a dez e depois a doze e depois a quinze e depois a vinte e cinco e ninguém sabe ainda quando parará esta jornada.
- Quem mais no mundo estaria preparado para abolir, literalmente, as fronteiras?
- Quem mais no mundo estaria preparado para abdicar da sua moeda em troca de uma moeda única?
- Quem mais no mundo estaria preparado para abdicar da tomada de decisões para as transferir para a união?
- Quem mais no mundo estaria preparado para repartir os seus recursos com os seus vizinhos mais necessitados, ajudando-os no seu desenvolvimento?
Atrevo-me a responder: - Ninguém!
Hoje é o Dia da Europa. Esta é a minha singela homenagem àqueles que tiveram uma certa ideia "utópica" de Europa e que a conseguiram materializar: Robert Schuman, Jacques Delors, François Miterrand, Helmut Kohl,... À sua maneira todos foram visionários e tem sido com eles que esta bela ideia tem avançado.
Talvez que a Europa não avance propriamente em passo de peregrino mas tem alternado as eras de avanço com as de estagnação. Dir-me-ão que são necessárias para assimilar todas as modificações mas do que não restam dúvidas é que a Europa avança quando surgem os visionários.
Hoje todos eles morreram ou estão retirados.
A Europa espera os próximos.
1 comentário:
Caro amigo Carlos Pontes
Obrigado pela visita e comentários, sempre bem-vindos, naturalmente.
Relativamente a este tema,claramente, o Carlos é muito mais original, consegue imprimir um cunho de analista da situação que vivemos na União Europeia, conseguindo fazer a desejada ponte que nos leve a um sítio onde a vida do homem possa ser vivida em Paz e harmoniosamente, isto é, onde seja possível desvanecer as diferenças abissais entre os ricos e super-ricos e os pobres (a maioria de nós, os que detêm a força do Trabalho, que não é sinónimo de rendimento digno e proporcional...).
Voltaremos a ter oportunidades de debater este tema com a devida profundidade.
Continue.
António N
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